sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Fique longe da hepatite B e da febre amarela no Carnaval


Carnaval é sinônimo de calor, alegria, cordões, desfiles, samba, axé e frevo. As vacinas podem ser boas parceiras para quem quer aproveitar os quatro dias de folia com saúde – seja brincando nas ruas e nos clubes ou descansando em um recanto do interior. Como boa parte do território nacional está na área de risco para a febre amarela, quem vai viajar deve verificar se o destino está em uma dessas áreas. Em caso positivo, a melhor proteção é a vacina, que pode ser tomada tanto na rede pública como na rede particular de imunização.
Já o folião que quer aproveitar o carnaval para “namorar bastante” precisa também se proteger contra a hepatite B, que é contraída em sua maioria por via sexual. Além do preservativo, a vacina é uma boa opção. O vírus transmissor desta infecção no fígado é cem vezes mais contagioso que a Aids. E as complicações são responsáveis pela morte de mais de 1,5 milhão de pessoas.“Não importa onde a pessoa vai passar o carnaval – se na praia ou no interior, descansando ou caindo na folia. Em todos esses locais pode haver um risco para a saúde. E as vacinas são uma excelente proteção para vários desses riscos”, afirma o infectologista Jessé Alves, da direção da Sociedade Brasileira de Medicina de Viagem.
Quem quer saber mais sobre febre amarela, hepatite B e outras doenças pode gratuitamente consultar o site www.viagemcomsaude.com.br, criado pela Sanofi Pasteur, divisão de vacinas do grupo Sanofi-Aventis. A página fala sobre as doenças mais comuns em viajantes, as vacinas recomendadas e problemas como jet lag, enjoos marítimos e falta de ar em grandes altitudes, a proteção ideal contra o sol intenso, baixas temperaturas e picadas de insetos. São dados sobre 223 destinos nos cinco continentes, além de 900 fotos e mapas.
VACINAS
As pessoas que precisam se proteger contra a febre amarela podem recorrer tanto aos postos de saúde como às clínicas particulares de imunização. Já a vacina contra a hepatite B está disponível na rede pública para menores de 19 anos e na rede privada para todas as idades.A Sanofi Pasteur disponibiliza nas clínicas privadas uma vacina contra febre amarela (internacionalmente conhecida por Stamaril) e uma vacina contra hepatite B (internacionalmente conhecida como Euvax B).
HEPATITE B
Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que 2 bilhões de pessoas já tiveram contato com o vírus da hepatite B, dos quais 350 milhões tornaram-se portadores crônicos. De 30 a 50% dos doentes crônicos vão desenvolver câncer de fígado ou cirrose hepática. A transmissão ocorre pelo contato com o sangue e as secreções corpóreas de uma pessoa infectada. As formas mais comuns são contatos sexuais, uso compartilhado de seringas e injeções e transfusões de sangue contaminado.
O contágio pode ocorrer via objetos cortantes - alicates de unha, navalhas de barbeiros, tatuagens, piercings - e o uso compartilhado de escovas de dente. A mulher infectada pode contagiar o filho durante o parto. Para não contrair a doença, o bebê precisa ser vacinado nas primeiras 12 horas de vida. De 70% a 90% das crianças nascidas de mãe infectadas, e que não foram vacinadas ao nascer, tornam-se doentes crônicos.
Os sintomas da hepatite B são mal-estar, febre, diarreia, vômito e icterícia (pele e olhos amarelados) que surgem, em média, 120 dias após o contágio. Entretanto, há casos de pessoas que manifestam a doença de 45 dias até seis meses após a exposição ao vírus. Dos adultos infectados, entre 90 a 95% se recuperam totalmente da doença. Menos de 1% desenvolve uma forma aguda da doença, a hepatite fulminante, que provoca hemorragia em vários órgãos e pode levar o indivíduo à morte. De 5 a 10% dos adultos infectados não conseguem eliminar o vírus após seis meses, tornando-se portadores crônicos. A hepatite B é considerada um mal silencioso, porque nem todos que contraem a doença apresentam sintomas. A maioria das crianças infectadas é assintomática. Já pouco mais de 50% dos adultos apresentam sinais da doença. Por isso, uma pessoa pode ser portadora crônica do vírus sem saber e, consequentemente, corre o risco de contaminar outros ao seu redor.
FEBRE AMARELA
A febre amarela é causada por um vírus, do gênero flavivirus, transmitido por mosquitos. Uma pessoa não pode contagiar outra. Na cidade, o mosquito transmissor é o Aedes aegypti, o mesmo da dengue. Nas áreas rurais, a transmissão ocorre por outros mosquitos. Animais, como os macacos, são reservatórios do vírus causador da doença. De cada cem pessoas infectadas, apenas 15 apresentam os sintomas clássicos, das quais metade morre, mesmo quando submetida a tratamento adequado. Nos primeiros dias, os sintomas se confundem com os da gripe: febre alta, mal-estar e dor de cabeça. Passados três dias, há uma pequena melhora. No quarto dia, o doente apresenta pele e olhos amarelados, sangramento, fezes cor de “borra de café” e diminuição da urina. Embora o Brasil esteja livre da febre amarela urbana desde os anos 40, o surto recente redesenhou as áreas de risco. São zonas rurais (principalmente, beiras de rios e córregos) e de grandes florestas de todos os estados do Norte e Centro-Oeste, partes do Nordeste (todo estado do Maranhão, Sudoeste do Piauí, Oeste e Extremo-Sul da Bahia), do Sudeste (todo estado de Minas Gerais, Oeste de São Paulo e Norte do Espírito Santo) e do Sul (Oeste dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). Na América do Sul, as áreas de risco estão em todos os países da Amazônia Legal (Brasil, Venezuela, Colômbia, Peru, Equador, Suriname, Guiana e Guiana Francesa), Argentina e Paraguai. Ainda nas Américas, a doença está presente em várias ilhas do Caribe. Na África, a área endêmica se estende por 33 países, localizados em uma enorme faixa de terra compreendida entre o sul do Deserto do Saara e o norte de Botsuana, Namíbia, Zimbábue e Moçambique.